Presa por narcóticos

Um belo dia ela foi presa
Na alfândega da Argentina
Disseram-na que carregava algo muito perigoso e proibido
E não a deixariam adentrar o país
Algo químico
Algo instável
Tentou argumentar
Não funcionou
Por fim veio a narcóticos
Afirmando que era droga
Mas que droga
Era apenas amor
Deixaram-na de castigo
Na solidão, no frio, numa cela vazia
E tudo o que ela queria
Era encontrar seu amado por lá
Mas espera, ela nunca esteve realmente lá
Foi apenas um sonho
Era seu coração
que viajou junto com ele
E só queria o ver
Consolá-lo em meio ao caos daquele dia...
E haviam borboletas
Ah, como eram belas, e vibravam eletrizantes
Mas não tiveram sorte
Jogaram inseticida, pesticida, borboleticida e tiraram-lhes a vida
Precisou encarar.
Ele logo retornou,
Mas seu amor ficou (proibido de voltar junto a ele).
Não sei se ser detida pudesse resolver o que sentia,
Mas sentiu de seu amado a alma fria,
Um desejo bobo sem esforço,
Mas que acabou a conduzindo pra perto dele,
Apenas para se despedir...
E foi assim...
Ela nunca saiu da cidade, mas seu coração o acompanhou
Por cada trecho que ele viajou
Nas cidades deste estado, nos estados do Brasil, nas fronteiras por aí afora
Pobre coração voltou cansado
Por cada vez que foi ignorado...
Sua coleção de borboletas morreu,
Aquela paixão recuou,
Mas ela ainda o olha
Com o mesmo olhar de amor!

by Kynka